terça-feira, 28 de setembro de 2021

Me tenho

 Eu tava me procurando o tempo todo fora de mim...

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O recuo (invisível) do parágrafo

Eu sei como terminam as coisas porque elas carregam ponto final.

Então como eu descubro quando as coisas começam?

De ponta a ponta

Eu perambulo do ontem ao amanhã. Da infância à velhice. Do oi ao tchau. Do nascimento à morte. O agora é um lugar no qual passo pouco tempo. Talvez seja mal da ansiedade, mal do século ou mal de escritora. Mas, pra mim, o aqui só parece que não é pra mim.

Afronta

Eu não encaro meu medo deixando meu pé pra fora da coberta durante a noite. Eu encaro o meu medo depois que passa a noite e eu abro os olhos com a coragem pra viver mais uma vez.

Ser forte dá trabalho

Não é todo dia que a força me acompanha. Ás vezes, ela foge e se esconde de mim. O pior lugar em que ela escolhe pra se refugiar é dentro de um enorme cubo de gelo e, normalmente, nesses dias, o termômetro marca -24ºC abaixo de zero. Então eu me sento bem em cima do enorme quadrado gelado e choro. Com o calorzinho das minhas lágrimas, lentamente, derreto a geleira até encontrar, de novo, a minha força.

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

- Posso andar no teu ritmo?

Hoje, bem no momento em que eu saí da farmácia, me deparei com uma moça andando na calçada. Então comecei a caminhar e, coincidentemente, íamos na mesma direção, na mesma velocidade, juntas. Assim, me vi caminhando ao lado de uma desconhecida! 

Tentei diminuir o passo pra ver se ela ia mais rápido e aquela sintonia se dissipava, mas acho que ela teve a mesma ideia, por isso, continuamos andando lado a lado, só que mais devagar... Dessa forma, nasceu essa ideia que lhes escrevo agora: porque eu me senti tão incomodada ao andar no mesmo ritmo e com uma pessoa que eu não conhecia? 

Aquilo era tão desconfortável que eu acelerei minhas curtíssimas pernas e a ultrapassei, pondo fim àquela agonia. Mas meu questionamento não findou e eu comecei a divagar como sempre, como todo dia, como toda hora.

O que faz eu me sentir bem ao caminhar junto de alguém? Ou melhor, o que faz eu querer andar com alguém? O me faz escolher justamente o ritmo daquela pessoa? Porque, convenhamos, ao andarmos com alguém que desejamos acompanhar é feita uma combinação silenciosa que me arrisco a traduzir como: não me ultrapasse e nem fique pra trás, só vem junto comigo...

Essa harmonização entre as pessoas acontece de forma tão natural que não percebemos, a não ser quando a gente se desconecta e, então, surgem reclamações do tipo: "esperaaaaa, vai mais devagar" ou "anda mais rápido, não te arrasta". 

Talvez tu deva estar pensando que é uma bobagem, pois, obviamente, um dos motivos pelo qual a gente anda junto com quem queremos é pra conversar com a pessoa. Entretanto, como tu me explica a caminhada em silêncio e, ainda, compassada? 

Sendo assim, essa é mais uma evidência baseada nas minhas regras de universo, que, absolutamente, não são confiáveis, que prova o quanto estamos interligados em essência e frequência. Portanto, agora, pra mim, nada pode ser mais sentimental do que quando alguém decide, silenciosamente, andar comigo e no meu ritmo. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

- Parem o mundo que eu não quero crescer!

Eu sou a mulher que toma decisões que mudam bruscamente o rumo da própria vida.

E a criança que chora por tomar essas decisões.

Eu sou o meu fim e meu começo colados com super bonder.