terça-feira, 31 de agosto de 2021

Poeira

Ao sair de um lugar, eu esqueço que o entorno daquele espaço, que eu ocupava, continua a girar. Segue a rotina, os horários se mantém, as pessoas vivem. É estranho, mas aquela borda de acontecimentos, que me  orbitavam, só tá parada na minha lembrança. Nada estagna só porque eu não tô junto, tudo prossegue,  normalmente.

Eu tô depois de Netuno, sou planeta ainda nem descoberto. 

Nada contorna meu umbigo esquecido. 

Eu sou só poeira.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Estimada singeleza

O simples sempre me foi mais caro que o luxo.

domingo, 8 de agosto de 2021

O primeiro choro

A primeira vez em que eu chorei, aqui, na minha nova casa, foi estranho. Porque eu ainda não tinha olhado pras paredes através das lágrimas. E as paredes ainda não tinham me visto chorando. O teto até recuou, me deixando ainda menor. Eu me senti pequena e sozinha. Esses momentos são tão perigosos, porque a gente não sabe o que é amor e o que é mania. Eu continuei chorando e me esperei crescer de novo.

domingo, 1 de agosto de 2021

Pequenez

Perceber que sou pequena perante o infinito, 

me dá liberdade pra ser tudo o que eu quiser no minúsculo 

e insignificante espaço de mim.

Aparências

Cuidado com os sorrisos, eles não são garantia de "tá tudo bem". 

Minha felicidade não pode ser medida pelo número de dentes que eu mostro. 

Porque o meu coração não tem boca, nem lábio, nem dente, além disso, ele tá escondido debaixo da roupa, debaixo da pele, debaixo da carne. 

Ninguém vê, nem mesmo eu. 

Ninguém sente,

isso é somente eu.

Ninguém entende,

isso é somente meu.