sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Nem tudo que ganhamos é o que queremos

  

Fonte da imagem: https://luizandreoli.com.br/lilian-schiavo-quando-voce-tomou-as-redeas-da-vida/

   Vim falar sobre uma pequena parte da minha vida, que eu acredito ter um ensinamento válido para ser compartilhado. Espero que traga algo de relevante, se não, paciência...
   Em 2007 eu estava entrando numa das melhores escolas técnicas da região. Entrei por mim? Não, entrei por pressão. Mas se tratando de uma adolescente de 14 anos, acredito ser de extrema importância os pais darem um pequeno empurrão em direção a algum caminho. Pois bem, entrei num curso que eu não tinha praticamente nenhum interesse, só que eu não tinha muitas opções, portanto, qualquer um que eu escolhesse eu sofreria, isso era um fato. 
   Eu sei que eu já tinha 15 anos (faço aniver no começo do ano letivo) e só tinha outras coisas na cabeça (TUDO, menos o estudo), mas mesmo assim, eu me dava bem em Português, Biologia e História. Já o resto, era um assassinato às exatas. Mas como eu não tinha outras possibilidades na vida (nem me mexi para ir atrás de outra), fui insistente e terminei o curso (em 2014), aos trancos e barrancos (rodei 3 vezes no total). Até porque, eu já estava trabalhando na área (havia conseguido a vaga por indicação, no ano de 2012) e parecia que tudo estava dando certo na minha vida... Mas eu continuava com um sentimento de que eu não me encaixava na profissão, que eu era muito ruim naquilo e não entendia como eu ainda estava onde estava. Era como se eu quisesse que alguém me salvasse daquele lugar, mas eu aceitei tudo aquilo que eu estava vivendo, portanto, a única pessoa que poderia me salvar era eu mesma! 
    Ok, ok. Estou cobrando uma maturidade de mim mesma no passado que, obviamente, eu não tinha, por isso, eu me perdoo. Além disso, agradeço ao tempo por hoje eu ter a capacidade de olhar pra trás, conseguir refletir e ainda tirar proveito de coisas nem tão boas assim.
   Em 2015 passei por uma fase TREVOSA (princípio de depressão) e continuava no mesmo emprego, fazendo a mesma coisa e, ainda por cima, havia ganhado uma bolsa de tecnólogo numa faculdade privada perto de casa (genteeeee!! Isso não é o máximo??). Então, mais uma vez eu olhava ao meu redor e pensava "o que mais eu preciso?", pois eu parecia nunca estar feliz e este sentimento contribuiu muito para eu começar um tratamento psicológico. 
   Durante o tratamento eu me curei de muitas coisas e, inclusive, continuo me curando. Mas o que a terapia me trouxe de mais valioso foi eu possuir a minha própria vida. Pode parecer estranho, mas eu vivia uma vida onde não tomava decisão nenhuma e isso me colocava em situações onde eu não gostaria de estar, mas como eu não sabia dizer "não" pra sorte, eu agradecia e seguia em frente. Mas nem tudo o que ganhamos é o que realmente queremos!
   Mesmo assim, não foi fácil eu mudar a minha vida. Após dois anos de terapia, estava forte, mas não o suficiente, ainda não era corajosa o bastante. Mas a vida já deveria estar cansada de me ver naquele ciclo e, por isso, me deu um giro de 360º, me sacudiu e virou-me de ponta cabeça. Fui demitida. Era exatamente este o pontapé que eu precisava! No mesmo dia cancelei o curso na faculdade e fui MUITO criticada por isso, podem acreditar. Mas eu já estava costurando aos poucos o meu destino, pois já havia feito o último ENEM com a intenção de mudar de área. Também já havia me informado sobre diversas instituições acessíveis que eu poderia estudar, caso o ENEM não desse certo... E isso foi uma vitória, eu não estava com medo e eu havia feito planos, planos secundários e terciários também. 
   No início de 2017, eu estava finalmente cursando um curso pelo qual eu desejei, trabalhando temporariamente num lugar onde nunca me imaginei estar (e isso não tinha problema algum!). Após o período deste trabalho terminar, eu passei a trabalhar mais perto ainda da minha área, então, daqui pra frente é só trilhar o caminho que eu escolhi, que eu amo, que me faz feliz, que eu me dedico, que eu admiro e principalmente: que eu sou boa.