Será que dá pra gente parar de falar que "primeiro precisamos ser inteiros, para depois nos partilharmos com o outro", ou qualquer variação dessa afirmação que rola vida fora e que não passa de uma calúnia sem tamanho? Vamos parar para pensar em como o mundo seria perfeito se todos nós chegássemos inteiros numa relação, não precisaríamos aprender mais nada com o outro.
Também questiono, quando é que estamos inteiros? Com que idade isso aconteceria? Nos enclausuraríamos numa bolha, sem gostar de ninguém, sem viver nenhum relacionamento, afim de esperar o momento em que tu te sentirias pronto. O que é estar inteiro, ou pronto? E depois de fazer tudo "certo", de chegar numa relação super completo e resolvido, se deparar com um outro, um ser absolutamente diferente que te faz sair do eixo, que te faz conhecer lados existentes em ti que nem tu conhecia. Como lidar com essa frustração de que tu já deveria estar ciente do amor, pois tu chegou aqui preparado e que tu acabou de perder todo o fio da meada?
Pois bem meus caros leitores, se relacionar é buscar se completar perante as diferenças do outro. Porque tu só se dá conta dos teus defeitos, quando eles causam efeito no próximo, afinal, tu nunca teve problemas com eles, porque a ti não fazem nem cosquinha... Opa!
Então, voilá: pééééééhhhmmmm. Te apresento A Chance.
Não se preocupe, tu terás inúmeras oportunidades e é aí que tu tem o livre arbítrio de escolher aprender com elas. E já te prepara que dói viu? É que nem aquela benzetacil maldita que falam que "vai ser só uma picadinha" e tu sente o fogo por baixo da pele se espalhando. É inevitável e irrevogavelmente necessário para o ser humano.
A conclusão disso tudo é meio chata, mas infelizmente ninguém nasce "inteiro", ninguém aprende na vida a ser "inteiro" e ninguém vai sair dela "inteiro". É isso aí, um loop em busca da evolução, de sair do estado em que se encontra para um nível acima.
Agora, onde fica o final dessa jornada, é o mistério que eu não ouso desvendar. Mas eu te afirmo como mais uma das teorias que circulam por aí sem fundamento, com a intenção de compreendermos a vida, que amar o outro é a forma mais eficaz de conhecermos a nós mesmos.