sexta-feira, 19 de maio de 2017

Aventuras

  


   Hoje eu acordei e o primeiro pensamento que veio na cabeça (sim, eu penso no segundo posterior ao ato de abrir os olhos), foi o seguinte - nossa como eu era mais aventureira! - o segundo pensamento foi – será que era ou foram as aventuras que mudaram?
   Sabe quando a gente fala pros mais novos (sente só meu ar de sábia e vivida) – ah! Tudo é tão simples quando se é jovem...
   Bom, realmente, porque olha só como minha cabeça funcionava.

Sobrenatural:
   Quando eu era criança adorava sentir “medinho”, fosse de fantasma ou de vampiros, eu sempre estava tentando desvendar mistérios sobrenaturais e acreditava fortemente neles. Aquilo era uma aventura pra mim, na época.

Namorar:
   Já na pré-adolescência eu só pensava em namorar, tipo: arranjar um namorado, como seria ter um namorado, como seria beijar um namorado, quando será que alguém ia me pedir em namoro, quando alguém ia querer namorar comigo, como eu ia arranjar um namorado.... Isso ocupava minha cabeça na maior parte do tempo e eu fantasiava o futuro o tempo inteiro. Era o que me impulsionava, mesmo na minha cabeça, era uma aventura atrás da outra.

Namorados:
   Na adolescência eu só me metia em confusão, nitidamente influenciada pela minha pré-adolescência, tudo era baseado em: namorados, dramas, namorados, dramas, namorados e dramas. Ai meu coração! Batia assim rapidinho: tumtumtumtumtumtum. Aventura era o que não faltava!

Festas:
   No limbo, que é aquela fase em que tu precisa deixar de ser adolescente (infelizmente) e tem que te tornar adulto (mas ninguém te leva a sério), eu só sabia pensar em tunts-tunts, nas festas, nos babados da festa, quem iria estar na festa, na roupa que eu ia usar na festa, quanto de dinheiro que eu tinha pra gastar na festa. Altas aventuras, cada festa uma surpresa, sempre alguém diferente vomitava no final.

Casa, cozinha, lavar roupa, faxina, rancho, gato, tirar o lixo, trabalhar, faculdade e casamento:
   No momento, me aventuro mais ainda (muito,demais), tipo: no fogão, na lavagem de roupas, na faxina de casa, no rancho do supermercado. Aí todo dia eu acabo quebrando algo, manchando alguma roupa, ou fazendo alguma bizarrice pra comer, depois ligo pra contar pra minha mãe e ela ri da minha cara junto comigo. E no final das contas a verdade e que eu tenho muito o que aprender e aventuras bem mais complexas ainda pra viver (esse é só o começo gente... sério).

   E olha só que coisa mais linda o significado do (nada confiável) Wikipédia para a palavra aventura:

Aventura, do latim "ad venture", significa literalmente o que vem pela frente. Participar de uma atividade de aventura significa estar preparado para o que vier.

   Resumindo: aventura é o friozinho na barriga e o que faz a gente querer viver cada dia.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

Falsas Verdades Supérfulas Escritas Num Devaneio Esterioti-lírico

eu falando (mentindo) para mim mesma, dentro da cabeça,
enquanto meu pensamento fica tentando me desmoralizar:

"eu não to tão cool quanto eu gostaria
mas por dentro eu sou"
pensamento sabota em seguida:
[mais uma pessoa que compõe a multidão matinal indo pro trampinho]

"meu cérebro é super style e tals"
pensamento responde ironizando:
[ô, demais]

"eu queria estar segurando um livro cabeça,
enquanto caminho até a estação,
só que ainda não consigo ler caminhando"
pensamento dramatiza:
[mas eu não quero morrer atropelada, nem tropeçar]

"então eu estou ouvindo umas músicas super despadronizadas"
pensamento me desmascara:
[coldplay, the kooks]

"pena que esse mini amplificador que ganhei é rosa pink"
pensamento me entrega:
[fui eu mesma que comprei]

"e isso é o que quebra as pernas do esteriótipo desejado,
então infelizmente eu volto a parecer normal"
pensamento me zoa:
[tu sabe que não é só isso...]

"apenas minha casca é comum"
pensamento cruel:
[é isso aí mesmo que tu ta vendo, muda nada]

"mas se tu me ver mais de perto, tipo, dentro
do olho..."
pensamento contra-ataca:
[vai ver que é castanho-escuro-quase-preto?]

"enxergará toda a minha desviada verdade"
pensamento mostra que me odeia mesmo:
[que não tem nada de mais]

"mas eu preciso criar este clima
pensamento complementa:
[de louca]

"então peço-te paciência
tu vai me ver, qualquer dia desses, por aí,
indo pro trampinho"
pensamento menospreza:
[tu nem fala com essas gírias]

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Morte em vida




       Tu já sentiu um luto, que foi se criando aos poucos, com o passar dos anos?
    É um sentimento triste e compreensivo, que é causado por aqueles que não podem nos suprir de amor, cuidado, carinho, atenção, amizade. Devido à dolorosa realidade de só transferirem aquilo que possuem. Eles são corpos que perambulam pelo mundo a fora, sem deixar nada para os outros, nada para si, nenhum laço, nenhum afago. Não percebem o amor que tentamos demonstrar, sentindo-se sozinhos, sem chão. São estes seres que se matam dia após dia, sem perceberem que estão morrendo para os mais próximos também. É o pai ausente, a mãe gélida, o irmão que nunca te dirige a palavra. Pessoas que não entendem a dimensão de sua própria vida e o quanto ela reflete nos que estão a sua volta.
   Não seja esse alguém, não se mate em vida, recomece.  
       Volte a respirar e olhe pro lado, certamente terá alguém ali, com a esperança de que em vida tu ainda possa ressuscitar.